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Intensificação das chuvas reduz queimadas em outubro

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O ciclo anual das queimadas no Brasil é marcado por um aumento expressivo durante a estação seca, com maior concentração nos meses de agosto, setembro e outubro. Em 2024, esse comportamento ganhou contornos ainda mais preocupantes, com um crescimento acentuado dos focos de incêndio a partir de junho e um setembro crítico, embora os números tenham se mantido próximos da média histórica. Esse padrão, associado ao prolongamento da seca, trouxe impactos significativos para o meio ambiente e a saúde pública.

Figura 1 -

Figura 1 - Número de focos de queimadas registrados em 2024. Fonte: BDqueimadas.


Comportamento atípico no 1º semestre


De janeiro a maio de 2024, os números de focos de incêndio permaneceram relativamente baixos e estáveis, compatíveis com o período úmido do ano. Entretanto, junho marcou o início de um aumento expressivo, com 12.432 focos registrados, representando um crescimento de 44,6% em relação aos 8.597 focos no mesmo mês de 2023. Esse comportamento atípico antecipou o início da estação crítica de queimadas, sugerindo um agravamento do cenário. O crescimento observado em junho acendeu um alerta sobre a possibilidade de um agravamento das queimadas nos meses seguintes, como se confirmaria mais tarde. A sequência de ondas de calor favoreceu para irregularidade da chuva e potencializar o aumento das temperaturas. 


Pico de queimadas e concentração no 2º semestre


Como esperado, setembro consolidou-se como o mês mais severo para as queimadas, com 83.157 focos registrados em 2024, um salto expressivo em relação aos 46.498 focos do mesmo período de 2023. O aumento das queimadas em setembro evidencia o impacto da seca prolongada e das altas temperaturas. O gráfico revela que, embora o número tenha ficado próximo à média histórica, os impactos no meio ambiente e na saúde pública foram significativos. Além disso, agosto e outubro também apresentaram números elevados, reforçando a concentração das queimadas no coração da estação seca. Em outubro, mesmo com as chuvas começando a retornar em algumas regiões, ainda foram contabilizados 22.588 focos, um indicativo de que o alívio ainda está em fase inicial. 


Comparativo entre 2023 e 2024 reforça a gravidade das queimadas


Os dados comparativos entre 2023 e 2024 mostram uma escalada significativa no número de focos ao longo deste ano. Até outubro de 2024, o Brasil registrou 232.796 focos, superando em 42.870 os 189.926 focos registrados no mesmo período de 2023. Esse aumento é especialmente preocupante em meses como junho e setembro, onde os números mais que dobraram em comparação com o ano anterior. Além disso, o Brasil ficou coberto por fumaça oriunda das queimadas prejudicando a qualidade do ar no País. 

A fumaça das queimadas aparece como manchas acinzentadas e uniformes que se espalham sobre quase todo o Brasil (Imagem: GOES 16 - CIRA/RABS - Slider)


As queimadas afetam diretamente a qualidade do ar, com a liberação de grandes volumes de fumaça. A fumaça chegou ao Rio Grande do Sul e amplas áreas do Sul, Sudeste, Centro-oeste e Norte do Brasil. 


Expectativa para o final do ano


Com a previsão de retorno das chuvas em novembro e dezembro, espera-se uma redução ainda mais significativa nos focos de queimadas, trazendo algum alívio para as regiões mais afetadas. No entanto, ações contínuas de prevenção e combate são essenciais, para que o ciclo de queimadas não se repita com a mesma intensidade nos próximos anos. Como podemos observar no mapa, hoje o Brasil estava com céu completamente limpo em boa parte do seu território. 

Figura 3 - Imagem de satélite de hoje, mostra o Brasil sem fumaça em boa parte do seu território. Fonte: CPTEC/INPE

Figura 3 - Imagem de satélite de hoje, mostra o Brasil sem fumaça em boa parte do seu território. Fonte: CPTEC/INPE


A análise dos dados revela que, embora o número de queimadas em 2024 tenha se mantido próximo à média histórica, o impacto ambiental e social continua alarmante. Embora a chegada das chuvas nos meses finais do ano possa trazer algum alívio, a prevenção é fundamental para evitar que o próximo período seco traga novos desafios e prejuízos. A fumaça já dissipou em boa parte do Brasil, como podemos observar na imagem de satélite de hoje, que é sinal positivo para os próximos meses. 

 

 

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