De acordo com o conjunto de dados ERA5, do Copernicus Climate Change Service (C3S/ECMWF), julho de 2025 registrou temperaturas globais 0,45°C acima da média de 1991-2020, atingindo 16,68°C na média global da temperatura do ar na superfície. Esse foi o terceiro julho mais quente da história, ficando 0,27°C atrás do recorde de 2023 e 0,23°C abaixo de 2024. Em relação ao período pré-industrial (1850-1900), julho de 2025 foi 1,25°C mais quente.

Figura 1-Anomalias da temperatura média global do ar na superfície em relação ao período de referência pré-industrial de 1850–1900 para cada mês de julho, todos os meses e médias móveis de 12 meses de 1979 a 2025. Fonte dos dados: ERA5. Crédito: C3S/ECMWF.
Nos últimos 25 meses, apenas quatro ficaram abaixo do patamar de 1,5°C acima da média pré-industrial — um limite simbólico amplamente discutido no contexto do Acordo de Paris. De setembro de 2023 a março de 2025, 14 meses ultrapassaram com folga esse patamar, chegando a variações entre 1,58°C e 1,78°C.
Médias anuais também seguem altas
Considerando o período de agosto de 2024 a julho de 2025, a temperatura média global ficou 0,65°C acima da média de 1991-2020 e 1,53°C acima do nível pré-industrial. Mesmo abaixo do recorde de 0,76°C registrado em 2023-2024, o valor ainda é muito superior aos picos de aquecimento registrados nas fortes ondas de calor globais de 2015/2016 e 2019/2020.
Europa também teve calor intenso
Na Europa, julho de 2025 ficou 1,30°C acima da média e foi o quarto mais quente da série histórica. O destaque foi para a Fennoscandia (região que engloba Noruega, Suécia e Finlândia), onde uma onda de calor prolongada levou a temperaturas acima de 30°C por mais de 15 dias em alguns pontos. Na Noruega, duas estações registraram 13 dias consecutivos acima de 30°C — um recorde.
No sudeste europeu e na Turquia, as temperaturas extremas também marcaram o mês, com Silopi (Turquia) atingindo 50,5°C no dia 25 — a primeira vez que o país ultrapassou a marca dos 50°C. Diversos incêndios florestais foram registrados na Macedônia do Norte, Albânia, Croácia, Grécia e Turquia.
Por outro lado, áreas da Europa Central e oeste da Rússia ficaram abaixo da média climatológica, enquanto a Espanha teve um mês com temperaturas variadas.
Calor e frio no restante do planeta
Na Ásia, houve calor intenso em regiões como Himalaias, China, Coreia do Sul e Japão, que teve o julho mais quente desde o início das medições em 1898. O calor também se espalhou pela Arábia Saudita, norte da África, leste dos Estados Unidos e Groenlândia, que teve um período prolongado de derretimento de gelo.
Já na América do Sul, condições mais frias que o normal foram registradas no fim de junho e início de julho, assim como em partes da América do Norte, Índia e Austrália.
Oceano segue quente
A temperatura média da superfície do mar (SST) entre 60°S e 60°N ficou em 20,77°C — 0,39°C acima da média de 1991-2020 e o terceiro valor mais alto para julho desde o início dos registros. Embora abaixo de 2023 e 2024, áreas como o Mar da Noruega, partes do Atlântico Norte e Mediterrâneo Ocidental registraram recordes históricos de calor.
As condições no Pacífico Equatorial central e leste foram próximas ou ligeiramente abaixo da média, refletindo a fase neutra do fenômeno El Niño–Oscilação Sul (ENSO).