Os raios são um fenômeno natural imponente e perigoso, com impactos significativos na infraestrutura e na segurança das pessoas. Empresas, gestores públicos e cidadãos devem estar atentos aos riscos e às medidas preventivas para minimizar danos e proteger vidas. No Brasil, sua ocorrência segue um padrão sazonal relacionado à umidade atmosférica, sendo mais frequente nos períodos chuvosos. No entanto, mesmo durante a estiagem, os raios continuam a ocorrer, demonstrando que a proteção contra esse fenômeno deve ser constante.
A influência das estações do ano na ocorrência de raios
Os dados dos últimos anos mostram como a incidência de raios varia ao longo das estações. Durante o verão e parte do outono (janeiro a março), a atividade elétrica é intensa devido ao calor e à alta umidade, favorecendo a formação de tempestades. Em 2023, esse período registrou aproximadamente 49,9 milhões de raios do tipo nuvem-nuvem e 11,5 milhões de raios nuvem-solo. Já em 2024, os números caíram para 36,1 milhões e 9,7 milhões, respectivamente, impactados por variações climáticas como El Niño e La Niña. Esse cenário reforça a necessidade de estratégias adaptativas para minimizar impactos tanto no ambiente urbano quanto no setor produtivo.
Durante o inverno (junho a agosto), a incidência de raios reduz consideravelmente. Em 2024, foram registrados apenas 8,2 milhões de raios nuvem-nuvem e 2,2 milhões nuvem-solo, números significativamente menores em comparação com o primeiro trimestre do ano. Contudo, a atividade elétrica nunca é completamente eliminada, pois sistemas meteorológicos pontuais, como frentes frias e cavados, ainda podem gerar tempestades e descargas elétricas.
Com a chegada da primavera e do verão, os raios voltam a aumentar. No último trimestre de 2023, foram registrados 56,2 milhões de raios nuvem-nuvem e 15,6 milhões de raios nuvem-solo, enquanto em 2024 os números ficaram em 33,4 milhões e 9,9 milhões, respectivamente. Esse aumento está diretamente ligado à intensificação das tempestades na maior parte do país e reforça a importância de políticas de prevenção e investimentos em infraestrutura segura para minimizar prejuízos financeiros e operacionais.
Estados com número de raios
Minas Gerais (MG) – Maior incidência de raios.
Mato Grosso (MT) – Segundo estado com mais raios.
Goiás (GO)
Mato Grosso (MT)
Mato Grosso do Sul (MS)
Pará (PA)
Impacto dos raios na infraestrutura
As descargas atmosféricas afetam diretamente a infraestrutura urbana e rural. Seus impactos podem ser devastadores se não houver medidas adequadas de proteção. Empresas do setor elétrico, telecomunicações e indústrias são especialmente vulneráveis a falhas causadas por descargas elétricas, o que pode resultar em paralisações operacionais e grandes prejuízos financeiros. Entre os principais danos estão:
Danos estruturais: Raios podem atingir edifícios, atravessar antenas, estruturas de concreto, tubulações ou cabos, causando rupturas e risco de incêndios. Esse risco se estende a instalações industriais e equipamentos críticos de empresas e serviços essenciais.
Danos a equipamentos eletrônicos: Flutuações de tensão induzidas por raios podem destruir componentes internos de computadores, TVs e outros aparelhos eletrônicos e, em empresas, isso pode significar falhas em sistemas de comunicação, data centers e maquinários industriais, impactando produtividade e operações.
Riscos para a segurança das pessoas: Raios podem provocar incêndios e explosões dentro de edifícios, colocando vidas em risco. O setor hospitalar, por exemplo, precisa de sistemas de proteção eficazes para evitar falhas em equipamentos médicos vitais.
Interrupções de serviços essenciais: Um raio pode causar picos de energia que afetam redes elétricas inteiras, resultando em apagões generalizados. Isso compromete não apenas o abastecimento de energia, mas também redes de telecomunicações e sistemas de transporte, causando transtornos à população e prejuízos a empresas.
Prevenção e proteção
Diante dos riscos associados aos raios, a proteção adequada é essencial. O impacto desse fenômeno vai muito além dos danos visíveis, podendo gerar prejuízos financeiros e comprometer operações críticas de diversos setores da economia. Ferramentas como o SMAC (Sistema de Monitoramento e Alerta Climatempo) permitem prever tempestades e alertar empresas sobre riscos iminentes, possibilitando ações preventivas e minimizando perdas. O planejamento integrado com meteorologistas ajuda a antecipar cenários críticos, permitindo que gestores e autoridades tomem decisões estratégicas para minimizar impactos. A instalação de dispositivos de proteção contra surtos elétricos reduz o risco de falhas em sistemas críticos, tanto em residências quanto em empresas que dependem de equipamentos eletrônicos para suas operações diárias.
Figura 1- Sistema de Monitoramento e Alerta Climatempo (SMAC) mostrando registro de raios sobre a capital paulista. Fonte: Climatempo
Investir em sistemas de proteção contra descargas atmosféricas não é apenas uma questão de segurança, mas também de economia e eficiência. Com planejamento e tecnologia, é possível reduzir riscos, proteger vidas e garantir que a infraestrutura essencial da sociedade continue funcionando sem interrupções.