Os reservatórios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) apresentam uma recuperação gradativa desde novembro de 2024. Em janeiro de 2025, o volume total armazenado chegou a 50,6%, uma evolução significativa em relação aos 44,1% registrados em novembro e 49,0% em dezembro. Apesar desse avanço, os níveis ainda estão longe do ideal, e a distribuição das chuvas permanece desigual entre os sistemas, o que gera preocupações sobre a sustentabilidade do abastecimento.
Chuvas intensas sem impacto significativo nos reservatórios
Na sexta-feira passada, a cidade de São Paulo registrou chuvas expressivas, com acumulados que ultrapassaram os 120 mm em algumas regiões da capital. No entanto, mesmo com o alto volume, o impacto nos reservatórios foi pequeno, refletindo a dificuldade em converter essas chuvas pontuais em recuperação significativa dos sistemas. A maior parte da água acaba sendo drenada rapidamente devido à impermeabilização urbana, sem beneficiar diretamente os mananciais. E antes desse evento, as médias de chuva na capital estavam reduzidas.
Destaques e desafios dos principais sistemas
O sistema Cantareira, principal manancial da região, alcançou 50,6% de sua capacidade em janeiro, após registrar volumes de chuva de 153,7 mm no mês. Apesar do aumento, a precipitação ficou bem abaixo da média histórica de 262,8 mm. Já o Alto Tietê, que abastece uma grande parcela da população, atingiu 41,4%, uma recuperação modesta considerando os 170,8 mm de chuva acumulados, que também ficaram aquém da média esperada de 231,9 mm.
O sistema São Lourenço foi o destaque entre os mananciais, com uma expressiva recuperação de 58,7% em novembro para 72,2% em janeiro. Embora tenha registrado chuvas abaixo da média histórica (114,2 mm contra os 271,5 mm esperados), o volume armazenado apresentou um crescimento diário significativo de 1,9% no final do mês. Outro destaque foi o Guarapiranga, que saltou de 45,5% em novembro para 62,8% em janeiro, demonstrando resiliência, mesmo com uma pluviometria acumulada bem abaixo da média histórica.
Por outro lado, o sistema Rio Claro ainda inspira cuidados. Apesar de acumular 211,8 mm de chuva em janeiro, superando sua média histórica, o volume armazenado chegou a apenas 38,7%, um dos mais baixos entre os mananciais. A recuperação do Alto Tietê também foi lenta, com um aumento de apenas 4,6 pontos percentuais entre novembro e janeiro.