Janeiro normalmente é um mês com muita chuva no Brasil, mas quando se tem um forte El Niño atuando, não se pode contar com a chuvarada. O El Niño deixa a chuva irregular, menos frequente.
Sobrou calor e faltou chuva no interior do Brasil em janeiro de 2024, mas as áreas litorâneas do Sul e do Sudeste sofreram grandes transtornos com tempestades e chuva muito volumosa. Acumulados acima de 400 mm foram observados em várias locais do litoral do Sul e do Sudeste.
Março e abril também deram ao Brasil acumulados de chuva que superaram os 700 mm em locais da região norte e do litoral do Nordeste. Mas nada se compara ao volume de chuva descomunal que caiu sobre a Serra Gaúcha em maio de 2024.
- Em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, o Instituto Nacional de Meteorologia registrou 845,3 mm de chuva ao longo do mês de maio, mas quase toda a chuva caiu na primeira quinzena do mês.
O grande volume de chuva absorvido pelo solo durante o período chuvoso, ou em eventos de chuva extrema em pouco tempo, é um dos fatores que causam deslizamentos de terra. O peso da água conta e muito. Um litro de água significa um quilo de água.
Em muitos locais do Brasil a chuva ficou muito escassa já em abril, mas ela retornou com força e generalizada nos últimos dias de outubro e especialmente em novembro. Os vários corredores de umidade trouxeram muita chuva para áreas do Sudeste e do Centro-Oeste do país em novembro e em dezembro de 2024. Em Água Boa, no estado de Mato Grosso, choveu 717,4 mm durante o mês de novembro.
Essa chuva e toda a nebulosidade que começou a se formar sobre o Brasil a partir da segunda quinzena de outubro, além da ausência do El Niño, evitaram que a temperatura explodisse no país. Por isso, muita gente termina o ano de 2024 com a sensação de que não fez tanto calor no Brasil como em 2023. Fez muito calor, mas no segundo semestre, na primavera de 2024, não tivemos ondas de calor tão intensas e prolongadas como na primavera de 2023.
O ano de 2024 está sendo considerado o mais quente já registrado no planeta Terra, superando o recorde de 2023.
Confira agora alguns acumulados mensais de chuva excepcionais que foram registrados no Brasil ao longo de 2024, pela medição do Instituto Nacional de Meteorologia
845,3 mm – Caxias do Sul (RS) – maio
821,7 mm – Salvador (BA) – abril
773,8 mm – Soledade (RS) – janeiro
767,2 mm – Canela (RS) – maio
763,0 mm – Bento Gonçalves (RS) – maio
750,0 mm – Turiaçu (MA) – março
746,8 mm – Tracuateua (PA) – março
722,2 mm – Guaratuba (PR) – janeiro
721,4 mm – Cubatão (SP) – janeiro (medição do Cemaden)
717,4 mm – Água Boa (MT) – novembro
715,4 mm – Oiapoque (AP) – maio