Nesta quarta-feira, uma nova frente fria avança sobre o Brasil, marcando o início de um período de chuvas intensas e tempestades em amplas áreas. Este sistema de características continentais se deslocará primeiramente pelo Sul, trazendo chuva para os estados da região, e ao longo dos próximos dias atingirá o Sudeste e Centro-Oeste, onde deve intensificar ainda mais as condições de precipitação.
As frentes frias da primavera costumam ser mais intensas devido à transição entre duas estações de características climáticas opostas: o inverno, que traz clima mais seco e com ar frio, e o verão, com temperaturas altas e umidade abundante. Nesse período do ano, massas de ar frio vindas das regiões polares ainda conseguem atingir o Brasil. Ao mesmo tempo, o calor da primavera começa a se intensificar, especialmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte. Essa combinação cria um forte contraste de temperatura entre o ar frio que avança do Sul e o ar quente que já se acumula nas regiões mais ao norte.
Esse contraste térmico é um dos principais fatores que intensifica as frentes frias nesta época do ano, resultando em sistemas meteorológicos mais potentes, que trazem chuvas volumosas, ventos fortes e, em algumas áreas, risco de granizo. A elevação da umidade atmosférica durante a primavera contribui ainda mais para a formação dessas tempestades, já que há maior disponibilidade de vapor de água para alimentar sistemas de chuva intensos.
Previsão por Região
Na Região Sul, a frente fria trará chuva forte já nesta quarta-feira, com tendência de se espalhar rapidamente pela região ao longo do dia. Os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná devem registrar volumes significativos de precipitação, com potencial para temporais isolados e, em algumas áreas, rajadas de vento intensas.
À medida que a frente fria avança, o Sudeste e o Centro-Oeste também começam a sentir seus efeitos. Em São Paulo, o sistema deverá provocar chuvas expressivas, com previsão de acumulados que podem ultrapassar 80 mm até o domingo. Esse volume de chuva pode gerar transtornos, como alagamentos e deslizamentos de terra em áreas de risco, especialmente na capital e em regiões metropolitanas. No Rio de Janeiro, a previsão é de acumulados elevados, o que coloca o estado em estado de atenção para possíveis alagamentos em áreas urbanas e deslizamentos nas regiões serranas.
No Centro-Oeste, o Mato Grosso, o sul de Goiás e o sul do Mato Grosso do Sul também serão fortemente impactados. Nesses locais, os acumulados de chuva podem superar os 70 mm até o domingo, dia 10 de novembro, com risco de tempestades que trazem rajadas de vento e potencial para granizo. As chuvas intensas em áreas do Centro-Oeste são importantes para aliviar a seca acumulada nos últimos meses, mas também trazem desafios em termos de enchentes repentinas e dificuldade no escoamento da água em áreas urbanas.
Figura 2- Acumulado de chuva previsto entre 06 de novembro de 10 de novembro de 2024. Fonte: Climatempo.
Causas das Fortes Chuvas de Primavera
Durante a primavera, as frentes frias trazem características meteorológicas distintas, pois representam a interação entre as massas de ar frio do inverno e o calor crescente da primavera. Ao avançar pelo Brasil, o ar frio encontra o ar quente que se acumula sobre o país, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, e essa diferença de temperatura contribui para a formação de sistemas mais intensos. O aumento da umidade nesta época do ano adiciona combustível a essas tempestades, ampliando a quantidade de água disponível na atmosfera para formar nuvens de tempestade.
Impactos Esperados
As previsões indicam acumulados elevados de chuva nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com potencial para transtornos em áreas urbanas e rurais. São Paulo e Rio de Janeiro podem acumular mais de 80 mm de chuva até o final da semana, com riscos de enchentes, alagamentos e deslizamentos de terra. No Centro-Oeste, o sul de Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso também têm alerta para volumes superiores a 70 mm, que podem causar inundações e dificultar a circulação nas cidades.