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Muita chuva no Brasil no início de novembro

Os volumes de chuva acumulados nos dez primeiros dias do mês superaram os 200 mm em várias áreas do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste. O lugar onde mais choveu no Brasil neste período foi em Sorocaba (SP). Entenda o impacto que isto poderá ter quando vierem as chuvas do verão.

Josélia Pegorim

10/11/2024 às 18:16

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Imagem da notícia Muita chuva no Brasil no início de novembro

Novembro de 2024 começou com muita chuva no Brasil. Grandes volumes de chuva já são observados em áreas de diversos estados.  A chuva acumulada nos primeiros 10 dias do mês já supera a média climatológica para novembro em várias regiões do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste.

As chuvas mais volumosas recentemente caíram sobre Minas Gerais e Rio de Janeiro com a passagem de uma frente fria. Entre 9 horas do dia 8 e 9 horas deste sábado, 9 de novembro,  o Instituto Nacional de Meteorologia registrou 121,8 mm em São João Del Rei  (MG), 119 mm em Três Rios (RJ), 101,6 mm em Nova Friburgo/ Salinas (RJ) e 98,4 mm em Divinópolis (MG). 

Esta mesma frente fria chegou à Bahia e também provocou chuva forte no sul do estado. O Instituto Nacional de Meteorologia registrou 99,0 mm em Caravelas entre 9 horas do sábado, 9, e 9 horas deste domingo, 10 de novembro de 2024.

Mas desde o início do mês, além da passagem de outra frente fria, a circulação de ventos sobre o país, em vários níveis da atmosfera, tem facilitado a formação de corredores de umidade entre o Norte, o Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil, espalhando o ar úmido e quente necessário para  manter o crescimento das áreas de chuva.

 

Mais de 300 mm 10 dias 

O mapa abaixo mostra a distribuição da média climatológica de chuva para novembro no Brasil, conforme cálculos mais recentes do Instituto Nacional de Meteorologia,  para o período de 1991 a 2020.

É fácil perceber que em grande parte do Norte, no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil, a média de chuva para novembro varia de 180 a 260 mm e não supera os 300 mm. Em pequenas porções do Amazonas e do Acre a média mensal pode chegar a 300 mm.

 

Climatologia de precipitação no Brasil para novembro (Fonte: Inmet - 1991-2020)

Climatologia de precipitação no Brasil para novembro (Fonte: Inmet – 1991-2020)

 

Com base nestas médias, os  acumulados de chuva observados no estado de São Paulo ficam ainda mais impressionantes. Muitas áreas do estado registraram cerca de 200 mm apenas nos 10 primeiros dias de novembro, superando ou se aproximando muito da média mensal climatológica. 

A maior quantidade de chuva acumulada de 1 a 10 de novembro no país foi na região de Sorocaba, que registrou cerca de 340 mm de chuva. As regiões das cidades paulistas de Ribeirão Preto, Altair e Corumbataí e de Poços de Caldas, no Sul de Minas Gerais,  acumularam cerca de 300 milímetros.

No Sul do Brasil, chama atenção os mais de 200 mm acumulados em municípios da Grande Florianópolis. No Paraná a chuva dos dez primeiros dias de novembro supera os 230 mm na região de Joaquim Távora.

No Centro-Oeste do Brasil, em apenas 10 dias a região de São José do Rio Claro, em Mato Grosso,  acumulou quase 280 mm de chuva e a região de Jardim, em Mato Grosso do Sul,  recebeu cerca de 265 mm de chuva.

Na região serrana do estado do Rio de Janeiro, muitas áreas acumularam de 100 a quase 170 mm de chuva nestes 10 primeiros dias de novembro. O maior acumulado foi registrado na região de Nova Friburgo/ Caledônia, com cerca de 168 mm. 

No Espírito Santo, a região de Rio Bananal já acumulou cerca de 260 mm, mas vários locais no estado já somam de cerca de 150 milímetros de chuva nos primeiros 10 dias de novembro

A climatologia nos mostra que médias mensais de precipitação da ordem de 300 mm  aparecem no Centro-Oeste ou no Sudeste do Brasil de dezembro a fevereiro. Dezembro e janeiro são, de forma geral, os meses mais chuvosos do ano em grande parte do Brasil.

 

Impactos da chuva na estabilidade de solos e nível dos rios

A chuvarada deste início de novembro, somada à da segunda quinzena de outubro, vai fazer diferença na estabilidade de solos e nível dos rios quando vier a chuva do verão. Isto quer dizer que, em muitas áreas do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste, os solos já estarão bastante umedecidos quando a chuva do verão começar a cair, que também costuma ser frequente e volumosa. 

Muitas áreas particularmente da Região Sudeste devem entrar no verão mais vulneráveis a deslizamentos de terra e a enchentes, por causa dos grandes acumulados de chuva deste mês de novembro. Uma nova frente fria já está prevista para esta segunda semana do mês e vai avançar para o Sudeste provocando mais chuva ainda esta semana. 

Mesmo sem um La Niña estabelecido, ou já se formando com fraca intensidade, o fato do oceano Pacífico Equatorial na costa do Peru estar no modo frio (com temperatura um pouco abaixo da média), está ajudando a formar os corredores de umidade. Há um ano tínhamos um novembro com onda de calor e El Niño forte.

 

Grandes volumes de chuva no início de novembro

Confira grandes volumes de chuva que foram acumulados apenas nos 10 primeiros dias de novembro de 2024, pela medição de vários órgãos de monitoramento meteorológico como o Inmet, Cemaden, Simepar, Epagri-Ciram e Ciiagro.

 

Santa Catarina

São Pedro de Alcântara 281,2 mm

Palhoça 251,8 mm

Santo Amaro da Imperatriz 232,4 mm

Antônio Carlos 244,4 mm 

 

Paraná

Joaquim Távora 237,8mm

São Miguel do Iguaçu 196,8 mm

General Carneiro 195,0 mm

Maringá 181,9 mm

 

São Paulo

Sorocaba 342,8 mm

Corumbataí 307,8 mm

Altair 304,0 mm

Ribeirão Preto  303,6 mm

Analândia 300,9 mm

 

Minas Gerais

Poços de Caldas 306 mm

Campina Verde 222,6 mm

Uberlândia 216,0 mm

Ituiutaba 221,6 mm

Pouso Alegre 201,4 mm 

 

Espírito Santo

Rio Bananal/ zona rural 262,0 mm

Fundão 154,4 mm

Ecoporanga 153,1 mm

 

Rio de Janeiro

 Nova Friburgo/Caledônia 167,8 mm

Trajano de Moraes 157,7 mm

Bom Jardim 150,2 mm

Três Rios 139,4

 

Mato Grosso do Sul

Jardim 265,6 mm

Bonito 187,8mm

Coxim 185,4 mm

Água Clara 174,8 mm

 

 Mato Grosso

 São José do Rio Claro 277,8 mm

 Feliz Natal 178,8mm

 Sorriso 160,2 mm

 Sinop 156,6 mm

 Paranatinga 151,4 mm

 Tangará da Serra 150,4 mm

 

Goiás

Morrinhos 220,2 mm

Silvânia 216,0 mm

Ipameri 185,0 mm

Goiás 177,6 mm

Ceres 161,6 mm

 

Tocantins

Colinas do Tocantins 184,6 mm


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